terça-feira, maio 22, 2007

Carnívora flor



Reparou na protagonista, ignorando-lhe a hábil capacidade de captura.
Ainda que não a visse por dentro, com sua visibilidade outra podia sentir o leve aroma do erotismo salientando o orifício que logo mais adiante o devoraria. Boca sedenta. Carnívoro abismo de fluidos translúcidos. Mil dentes aptos e ansiosos por metamorfosear pele, veias e músculos. Na eloquência de seus movimentos deslizou salivante buraco adentro esbarrando acidentalmente nos pêlos colantes que de imediato o levaram ao escuro que de tão profundo mal se via a vulva à míngua encolhida em sua apoteose.
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Nina Delfim

2 comentários:

Anônimo disse...

...poucas palavras , muita ação e emoção...rs

Anônimo disse...

Essa música que colocou no seu blog é maravilhosa...quem não daria tudo para saber como é a pessoa amada...mas o medo é tudo...não conseguimos ainda aprender a amar o espírito, que é o que sobra desta experiência na Terra. Eu não me iludo com beleza, o espiritismo me mostra que tudo isso não tem valor, mas é sempre bom poder olhar no ser amado e ver os olhos brilharem...ainda precisamos do cheiro...mas tudo isso com o tempo se vai...ficam as marcas dos anos...e beleza mesmo...só da alma... Se houver amor...a pessoa sempre vai estar linda. Vi isso acontecer com os meus pais, por 53 anos de puro amor.