quarta-feira, janeiro 05, 2005

terça-feira, janeiro 04, 2005

Air du froid



Klaus Nomi(1944-1983)

Cantor contra-tenor e barítono alemão, Klaus Nomi foi nomeado “clown” cibernético de uma Commedia dell’Arte Cósmica. Músico e ator performático, ícone dos anos 80 reputado pelas notáveis atuações vocais e invulgar personagem de palco com espectáculos bizarramente teatrais.
O visual de Nomi foi inspirado na combinação do expressionismo alemão com o design da escola Bauhaus. Suas performances iam desde interpretações de ópera clássica acompanhadas por sintetizadores a covers de músicas como The Twist de Chubby Checker.

Imperdíveis: Der Mussbaum, Lightning Strikes, The Twist, Samson and Delilah, The Cold Song, Air du froid.

Pain of Salvation - Latericius

segunda-feira, janeiro 03, 2005

sábado, janeiro 01, 2005

Menina D'Lua

Emilie Simon - Desert

Delicada relação


...e com docilidade extrema compartilhavam os pequenos prazeres diários. A assustadora desordem amorosa, observada nos dias de hoje entre homens e mulheres, não necessariamente nesta ordem, não os havia alcançado, viviam sem sobressaltos uma relação de amor gostoso, aconchegante e sem controvérsias. Simplesmente felizes...
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Se nos fosse dado o direito de dar continuidade a história acima, certamente inferiríamos ao seu contexto nossas impressões. Existem muitas maneiras de se concluir uma história de amor. Podemos dar a ela um desenrolar feliz ou acrescentar-lhe uma série de conflitos com um desfecho dramático e infeliz.
O pessimista tem sempre em mente a certeza de que a desgraça é eminente, hora ou outra tudo vai desmoronar e o otimista acaba pecando por excesso de autoconfiança. Ao se deliciar exageradamente com um suposto "viveremos felizes para sempre" se esquece de proporcionar à relação os estímulos necessários para que ela tenha realmente alguma chance de ser feliz.
Mais uma vez, a razão parece se situar ao centro, no meio do todo.
Quando tomamos conhecimento da existência de relacionamentos perfeitos, uma série de perguntas nos aflige. Especialistas do mundo inteiro em comportamento vêm buscando uma resposta acertada para saciar as inúmeras dúvidas existentes no que diz respeito ao amor, este sentimento tão desejado e minimamente usufruído que, desde os primórdios afronta a raça humana, afogando-a em um lastimável mar de lágrimas. Chora-se por amores fracassados mais do que por qualquer outro motivo.
Atribui-se a responsabilidade pela desordem amorosa aos mais diversos fatores, certamente do conhecimento de todos, já que relações conturbadas têm sido um tema de abordagem freqüente nos meios de comunicação e no
dia-a-dia de todos nós. Perderíamos horas à procura dos possíveis responsáveis e provavelmente não os encontraríamos. Seria adorável compreender o porque da maioria não conseguir vivenciar o amor sem a presença de tanto sofrimento. As justificativas apresentadas até o momento são meras suposições. O amor e suas variações parece não caber à intelectualidade.
Talvez este seja o cerne da questão, tirar proveito da sensação evitando a compreensão dos seus sutis rigores.
Por que o amor tem fácil combustão e é tão volátil?
Somos tão inseguros quando ousamos esta experimentação que acabamos por nos precaver excessivamente para não vê-la fracassar. São tantos os fantasmas a nos atormentar que esquecemos de aproveitar as vantagens ocasionadas por este estágio de sublimação. A vigília se torna tão minuciosa que a imaginação adoece, perturbando a lucidez. Se estivermos alterados não saberemos como lidar com a situação, às vezes distorcida.
Uma série de valores nos foi ensinado desde a mais tenra infância e todos eles estarão presentes em nossas ações. É muito comum rejeitarmos sentimentos que nos colocam em desvantagem. Esquivamos-nos habilmente à parcela de responsabilidade que nos cabe em acontecimentos desagradáveis. Sempre que possível encontraremos no "outro" uma ação qualquer que torne a nossa atitude compreensível. Se perspicazes conseguiremos não só nos livrarmos da nossa suposta culpa, mas fazer com que o outro a aceite como sua. Somos inegavelmente perversos! O instinto animal nos convoca diariamente à auto proteção. Relações amorosas que poderiam durar anos, não têm sobrevivido a dias ou meses. De um modo geral, o amor é um assunto muito verbalizado e raramente usufruído.
Que pena não é mesmo! Onde está o amor perfeito que tanto nos comove em filmes e best sellers? Eu não sei! Adoraria ter às mãos a resposta certa. Assim como você, permaneço agarrada a explicações pouco convincentes e sem aplicabilidade. Quem sabe se "baixássemos a guarda" não aumentaríamos as nossas chances para vivenciarmos nossas emoções sem tanto sofrimento.
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Nina Delfim