Sr. Sartre, esta manhã fui acometida por Nauseas. Constatei os dois mundos que me abraçam. Enojada me reconheço diante às crenças e teorias que acumulei ao longo destes anos. Convicções me atormentam. Uma Melancolia insiste em me maltratar. Situo-me entre a intensidade desta luz que brilha tanto e na mais profunda escuridão dos pensamentos. Apesar dos esforços, não estou encontrando razões para ultrapassar O muro que ergui, este que me separa de mim. Enclausurei-me em meus próprios métodos. O que faço? Me diz!
Nascem e morrem em mim os meus pensamentos. É minha esta noção de mim?
Corrói-me o resultado do valor que me atribuí durante o enfadonho existir. Nesta situação-limite me oprimem as virtudes, que cobram fidelidade canina ao meu Ser. Minha consciência se transformou em um invasor de sangue-frio e tem me ocasionado conflitos.
Doem-me estes horrores de mim.
Sr. Sartre, o que faço com esta versão existencialista?
Assimilei o desgosto pela humanidade que tanto assolou a mente de Søren Aabye Kierkegaard. Seria o meu inferno mais quente que o dele? Estas chamas que me incineram serão cicatrizadas pelo meu espaço-tempo?
Na lenda da realidade, trafego entre O Ser e o Nada, completamente desorientada e trago As mãos sujas, manchadas pelas atrocidades que cometo diariamente contra este meu estar em-si.
Seria a minha vida uma mera Questão de Método? Devo alterá-los?
O esboço mal confeccionado ao exibir emoções acumuladas me influenciam em demasia. Seriam também seus, estes meus tormentos? Em que canto deste inferno a resposta às minhas indagações se escondeu? Em mim mesma? São quatro os cantos a me abreviar os encantos para vivenciar este inútil auto-conhecimento?
De tudo que eu nunca quis saber, sei excessivamente. Do que pensava saber, nada mais sei.
Sr. Sartre, estou Entre quatro paredes?
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Nina Delfim
4 comentários:
Não sou Sartre, nem Deus para julgar. Nossos pecados estão na nossa própria mente, se considerarmos o que devemos fazer . Um erro se torna pecado e nossa consciência transforma em inferno, por pensar e repensar sobre os atos, sobre os pensamentos que sentimos enojados. O que pode ser errado, muitas das vezes é o certo, cada ser, cada minusculo ser vivente da Terra tem uma missão e tem que cumpri-la. Tudo o que sentimos, a sensação de erro, é para nos mostrar onde esta nossa falha e consertar. Não muda nossos atos, mas nos modifica para o futuro. Ter muito conhecimento, não nos diz nada, temos é que ter sabedoria . Até para entender o que viemos fazer aqui? Qual nossa missão? Por que somos assim? Por que tantas provações em nossa alma?
Ainda bem que esta sentindo estar no inferno, isso demonstra que você começa a entender muito de tudo isso, quem não sente nada, esta muito longe do amor, muito longe em se preocupar se esta no céu ou no inferno.Quem não questiona, não se importa de estar no inferno. Beijos, continue questionando, porque o céu te espera.Vai chegar numa consciência tranquila...te amo
DIANTE DE NOSSOS OLHOS
Diante de nossos olhos, todos os dias, vemos dois mundos.
Em um temos as crises, as catástrofes, tragédias da vida, que contra nos aparecem em forma de morte, guerra, incêndios, inundações, assassinatos, doenças e acidentes de todos os tipos.
Em outro temos a vida, o ar, a natureza, a alegria, os amigos, as cores, nossos compromissos, o nosso eu, enfim esse nosso habitat.
Para onde olhar?
Diante da dúvida que nos aflige o coração em querer concertar, em querer ajudar o que errado está, acredito, que o melhor, é olharmos para o nosso coração. Estas crises que invadem o mundo servem para o amadurecimento humano. Para que ele possa perceber, que não é a vida que pesa sobre nós, é maneira como a carregamos.
Você já percebeu que nós humanos, vamos morrendo e nascendo, e o mundo vai ficando. O universo continua na sua transformação, no seu movimento natural. Nós é que paramos, desistimos, nos escondemos. Somos covardes.
É sabido que nem mesmo aqueles que amam a Deus e obedecem à sua palavra estão livres de tropeços e fracassos.
Então qual é o segredo?
E sempre olhar para o melhor. Encarar a crise da vida sem desespero.
E sermos espelhos, refletirmos a luz, o amor, a humanidade.
Se cada um de nós pudermos ser exemplo, para aqueles que de uma certa maneira só olham para crises. Com certeza conseguiremos mostrar a eles que existem outros horizontes. Ouras saídas.
Para os que crêem não existe escuridão.
Nenhum mau os atingem.
E todos os pensamentos são iluminados.
Vamos vencer as crises com confiança em nós mesmos. Em primeiro lugar, gostar de si mesmo, se encontrar, para depois sorrir para o mundo.
Não há como ignorar os riscos, perigos e dificuldades que enfrentamos todos os dias.
Mas seu cuidado não elimina nossa responsabilidade pessoal de viver.
Acredito que o amor é o combustível e a energia necessária para tornar uma pessoa forte e feliz.
Há muitas pessoas que não gostam de si mesmas porque não possuem bens, porque perderam a oportunidade de vencer na vida, ou ainda, detestam sua aparência física.
Mas volto a repetir, nada neste mundo deve ser motivo para não gostarmos de nós mesmos e passarmos a vida amargurados, sofrendo.
Não importa o que temos, os fracassos que enfrentamos, e até mesmo o nosso jeito. Por que somos únicos, não existem cópias, nem mesmo a mais alta tecnologia em qualquer futuro, conseguirá “clonar” este ser único, que é você.
Lembre-se, nunca nenhum problema destes citados poderá tocar sua alma. Porque os problemas podem viver entre quatro paredes, porque eles são concretos, como quem os criou, o homem. Mas, alma é livre, eterna e está bem guardada em seu coração.
Portanto, você pode escolher entre olhar para o lado ruim da vida, e se esconder junto com eles dentro de quatro paredes, ou abrir a porta do seu coração e ser luz para estes que ainda não enxergaram o lado bom da vida.
Como era aquela frase? Mais ou menos isto : poeta é um fingidor, que finge sentir a dor que deveras sente. Salve NINA!
16/05/2006 10h33
EXCELENTE ALUSÃO AO GRANDE SARTRE, ONDE MOSTRA DE FORMA ARRUMADA A SUA FILOSOFIA. PARABÉNS.
16/05/2006 10h51
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